janeiro 26, 2011

SLBenfica _Rio Ave quartos-final Taça Portugal 10/11


Benfica vence Rio Ave e encontra FC Porto nas “meias”

O Benfica venceu esta noite o Rio Ave (2-0) com dois golos de Cardozo e qualificou-se para as meias-finais da Taça de Portugal, onde vai encontrar, já na próxima semana, o FC Porto.

Com David Luiz a titular apesar de persistirem as negociações com o Chelsea, o Benfica apostou forte na partida frente ao Rio Ave. A principal diferença no onze foi mesmo a inclusão de Júlio César, guarda-redes brasileiro, titular na Taça de Portugal em vez de Roberto.

Curiosamente, e mesmo sem ter sido chamado a muitas intervenções, terá sido na aposta em Júlio César que começou a desenhar-se a vitória benfiquista. Foi aos 10 minutos que João Tomás foi chamado a marcar penalty contra o Benfica. O ponta-de-lança português rematou, mas o guarda-redes defendeu.

O jogo entre Rio Ave e Benfica ficou marcado, aliás, pela tónica dos penalties. Ao todo foram quatro os assinalados, apenas um o convertido. Foi de Cardozo o golo, aos 44 minutos, depois de aos 37 ter também ele permitido defesa a Mário Felgueiras.

A segunda parte trouxe um jogo parecido com a primeira, com o Benfica a controlar mais tempo a posse de bola e aproximar-se mais da baliza vilacondense, isto enquanto o Rio Ave ia tentando, como podia, o empate.

Esteve o Benfica mais perto do segundo golo: primeiro Saviola atirou ao poste da baliza de Felgueiras, depois aos 75 minutos coube a David Luiz bater o quarto penalty da partida, a castigar mão dentro da área. O que poderia ter sido uma despedida em beleza – o interesse do Chelsea continua de pé – acabou por ser mais um falhanço. O defesa brasileiro rematou torto, por cima da baliza.

Se Júlio César foi o primeiro a brilhar, foi também dos últimos. Nos minutos finais, o brasileiro do Benfica respondeu com uma boa defesa a não pior remate de Bruno Gama. E só não foi o último mesmo porque Cardozo, já aos 88 minutos, acertou com as redes do Rio Ave de novo, num golo que arrumou de vez o jogo.

O Benfica venceu e está nas meias-finais da Taça de Portugal, onde vai medir forças com o FC Porto já na próxima semana, na primeira mão, no Estádio do Dragão.

janeiro 25, 2011

Parabéns King EUSÉBIO

O Voo da Águia_ Marta Rebelo


Dream team...


A partida terminou e Jorge Jesus afirma perentório: “É este Benfica que quero.” Não há coerência entre esta afirmação e os discursos inflamados que marcavam o final dos jogos, na época passada. É certo que foram raras, muito raras, as vezes que sofremos até ao fim, como resolvemos sofrer no sábado. Como é que Jesus pode ter naquele Benfica a equipa que quer?

Gostava muito de ter cinco centrais insuperáveis. Nos idos tempos do Mozer e do Ricardo já ficava muito contente com dois, mas afiança-me o míster que temos cinco. Vejamos a matemática: 1) Luisão, o capitão – confere; 2) David Luiz, o central que pode ser do outro mundo – a caminho do Chelsea – menos um; 3) Sidnei, o jovem de 20 anos que faz o centro da defesa quando alguém não pode; 4) Roderick, o miúdo de 19 anos que, toda a gente acha, será o maior central português – ainda não é; 5) Jardel, recentemente contratado ao Olhanense e que ninguém imagina como se vai entrosar com o plantel, quando é que lhe vai apanhar o ritmo. Bem-feitas as contas, parece-me que podemos contar, com toda a segurança, com dois centrais. E para não me repetir muito, tremo quando penso numa putativa ausência de Coentrão. Que é brilhante, mas deixou duas bolas nacionalistas passarem para as malhas de Roberto.

Este não é o Benfica que Jesus quer. Não pode ser. Equipa campeã não se contenta com o mais ou menos, com os golos que foram quatro mas estivemos a vencer por 3-0, com uma segunda equipa que não vai além dos 61’ e sofre até às últimas tal e qual a primeira. Este é o Benfica que Jesus pode querer, no momento. Mas tem mesmo de querer mais, se aprendeu alguma coisa na preparação desta época.

Com uma arbitragem daquelas dos idos 80, o nosso corredor central sustentou-se nas pernas de Javi García. Quem é que vai sustentar esta equipa quando à Liga, à Taça de Portugal e à Taça da Liga se juntar a Liga Europa?

In  Record

janeiro 24, 2011

Parabéns MICHEL PREUD'HOMME

Faz hoje 51 anos. um grande Senhor, de seu nome Preud´Home que faz parte da história do SLBenfica.


Excelente Guarda-Redes que deixou saudades na Luz.


O Blog Catedral Encarnada deseja-lhe as maiores Felicidades.


Bloco de notas _ Nuno Farinha


Sim, senhores presidentes

1. O longo período de silêncio a que Pinto da Costa foi forçado, em cumprimento do regulamento disciplinar, ter-lhe-á sido fatal. Já se desconfiava há algum tempo que o presidente do FC Porto perdera a capacidade de surpreender, especialmente no que diz respeito a uma qualidade que tantos lhes apreciaram durante anos, ou até décadas: a ironia. Este início de 2011 confirma que PC perdeu a forma e, se calhar, o jeito para fazer graçolas. Dois exemplos: a deselegância que mostrou para com o Pinhalnovense no final do FC Porto-Marítimo e, mais desastroso ainda, a recente referência ao árbitro Elmano Santos. No primeiro caso, PC falava aos jornalistas e discorria sobre a vitória por 4-1 frente aos madeirenses. O objetivo era, ou devia ser, lembrar que a equipa continuava bem e que tinha feito uma excelente exibição, reagindo assim da melhor forma à inesperada derrota com o Nacional. Mas como Jorge Jesus havia dito, na véspera, que a pressão iria aumentar para os dragões, a ironia do presidente ficou assim: “Estamos muito desestabilizados… Aliás, não se notou hoje? É uma pressão negativa. Estávamos todos a tremer, cheios de medo e nem sequer fizemos golos bonitos. Aliás, nem sei o que vai acontecer com o Pinhalnovense, porque a equipa está muito nervosa.” Infeliz e desrespeitoso. Não havia necessidade. Pior foi esta semana quando Pinto da Costa, para rejeitar o alegado interesse em Salvio, afirmou: “Não estou interessado nesse jogador. Para quê? Se calhar do Benfica o único que nos interessava era o Elmano Santos.” Ora, por razões processuais, essa era precisamente a piada que PC não devia ter feito.

2. Antes de resolver o dossiê mais importante de todos – direitos televisivos – Luís Filipe Vieira tem outra prioridade: David Luiz. O negócio do central é tentador, mas tem um risco grande: não existindo no plantel do Benfica uma alternativa de valor sequer aproximado, Jorge Jesus sentirá inevitavelmente a perda de um dos pilares em que assentou o crescimento das águias nas duas últimas épocas. Que terá de sair, agora ou mais tarde, é uma evidência. Sair antes de ser encontrado o sucessor, isso é que não. O Benfica pode jogar com um “Luisão” e um “David Luiz”. Não pode é jogar com dois “Luisões”. E Jardel é um “Luisão”.

3. A possível candidatura de Rogério Alves à liderança do Sporting deve ser acompanhada com atenção. Trata-se de alguém que não vive de negócios ou esquemas, que nunca esteve envolvido em casos duvidosos e que atingiu prestígio na sociedade civil. No Sporting, mesmo sem nunca ter desempenhado quaisquer cargos executivos, já foi decisivo em momentos difíceis, quando ajudou a congregar, unir e a fazer pontes entre as diversas fações que entre si guerreiam e fragilizam o clube. Só por isto já devia ser considerado um “presidenciável” de peso. Mas mais ainda porque, até ver, nenhum outro esboço de candidatura possui a credibilidade que Rogério Alves tem junto da bancada do Sporting. A questão que falta saber é se ele entendeu que está na hora de se chegar à frente e de assumir na prática aquilo que apenas tem feito do lado de fora..


In Record

Email Aberto _ Domingos Amaral


Treina mais

From: Domingos Amaral
To: Roberto

Caro Roberto
Na primeira volta, após a derrota com o Nacional, só possível devido a dois frangos teus, escrevi aqui que não eras guarda-redes para o Benfica, pois tinhas demasiadas e evidentes deficiências. Muitos jogos depois, muita coisa mudou na equipa para melhor e tu foste um dos que melhorou. É claro que um guarda-redes é sempre uma vítima fácil, tanto dos seus defesas, que por vezes o deixam desamparado, como dos seus avançados, que ao falharem golos deixam a equipa mais vulnerável a desaires. No Benfica do início da época tudo falhava. Falhavam os defesas, com Maxi, Luisão e David Luiz muitos furos abaixo do que nos tinham habituado, e falhavam os avançados, com Cardozo e Saviola perros e perdulários. Como também falhavam os médios Javi e Aimar, a equipa baralhou-se e sucederam-se os desaires. Mas alguns dos golos sofridos foram de tua exclusiva responsabilidade, ainda por cima com erros espetaculares que pareciam mostrar um problema, ou de visão ou de hesitação. De então para cá melhoraste muito, mas se quiseres subir de patamar ainda há muito a fazer. Ontem, por exemplo, no golo podias ter feito bem melhor, e há uma jogada no final da primeira parte, onde também deixaste a bola passar por ti, que só por milagre não foi lá para dentro. Já em Leiria houvera também falha idêntica e portanto há ainda muito a aprender, principalmente nas bolas paradas. Um grande guarda-redes do Benfica não pode ter erros sistemáticos e semelhantes. Treina mais que isso passa.

In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa


Teatro em Alvalade

1. Não obstante o mérito, o Paços de Ferreira começa a revelar uma história particular quando se confronta em Alvalade com o Sporting. Em setembro de 2006, ganhou o jogo com um golo de Ronny marcado com a mão. Ainda hoje se alvitra que o Sporting não foi campeão em virtude dessa partida – ficou a 1 ponto do campeão.

2. No passado fim de semana registou-se mais um “caso” no jogo que ditou a vitória do Paços – um dos clubes a elogiar (de há muito) na Liga, pela qualidade e pelo equilíbrio de quem o treina e de quem o dirige. A indignação não foi a mesma de 2006, até porque a renúncia de José Eduardo Bettencourt engoliu o resto. O certo é que o 2.º golo do Paços resulta da marcação de um penálti inexistente. Vistas as imagens televisivas, parece consensual que o árbitro foi manifestamente enganado por uma simulação de Rondon e Polga não o rasteirou. A queda na grande área que motivou a decisão do árbitro não foi originada pela ação de Polga, mesmo que tenha havido, terminalmente, contacto físico. 

3. A conduta de Rondon é um dos casos típicos que levaram a que as regulamentações desportivas e/ou os órgãos disciplinares por essa Europa fora castiguem as simulações e os comportamentos antidesportivos dos jogadores. Desde 2007 também a LPFP dispõe de “legislação” aprovada pelos clubes para esse efeito e, então, deveras aplaudida por censurar aquilo que entorpece a verdade do jogo. O problema foi quando os castigos chegaram às “cores” e às “dores” das plateias inicialmente laudatórias...

4. O atual art. 124º, 2 e 3, do Regulamento Disciplinar (RD) pune o jogador que provoque uma decisão errada da equipa de arbitragem por ter “simulado de forma evidente falta inexistente que conduza à marcação de pontapé da marca de grande penalidade a favor da sua equipa”. Também pune a obtenção de golo “com a utilização de parte do corpo não admitida pelas leis do jogo”, impedir golo do adversário com a mesma utilização ilegítima e a simulação evidente de comportamento que leve à expulsão indevida de adversário. Se daí houver consequência na atribuição final dos pontos em disputa, o jogador é punido com 1 jogo (2 jogos, se for reincidente) e multa; se não houver tal consequência, o jogador leva uma multa. É o que está na “lei”, lida objetivamente e sem sectarismos.

5. O requisito fulcral é a “evidência” da simulação: ou não existiu contacto físico pura e simplesmente, ou, tendo havido contacto físico, este não justificou a falta que levou à decisão do árbitro. Ao invés, se houve contacto físico que pode ainda justificar a decisão arbitral e a descrição eventualmente feita no relatório, não haverá decisão errada. Cabe depois ao julgador resolver. Foi assim que, até hoje, três jogadores foram punidos por penalidades simuladas: Lisandro López e Djalmir (Olhanense) com 1 jogo e multa; Aimar com multa. Nos 2 primeiros, os pontos atribuídos no jogo foram influenciados pela conversão do penálti simulado; no terceiro, não houve influência. 

6. Se, na Liga, não se tiverem rasgado algumas partes do RD, a esta hora deverá estar a correr um processo disciplinar contra Rondon. Será?

In Record

janeiro 23, 2011

Aqui á Gato _ Miguel Góis


JEB

Tenho a consciência de que, nesta questão, estou em minoria no universo benfiquista (que, à semelhança do universo propriamente dito, está em constante expansão). Ainda assim, considero que não devemos ser demasiado duros com José Eduardo Bettencourt. Trata-se, acima de tudo, de um homem que ama desmedidamente o seu clube. E nem o facto de esse clube ser o Sporting o demove, o que é admirável. Ora, o que faz um fervoroso adepto enquanto assiste a um jogo da sua equipa, se não dizer coisas da boca para fora, chamar nomes a terceiros, dizer palavrões, fazer figuras tristes? A única diferença é que JEB fez tudo isto na presidência, em vez de nas bancadas de um estádio ou na sua sala de estar. Não se lhe pode levar a mal, portanto.

Acresce a isto o facto de, apesar dos meus esforços nesse sentido, não vibrar especialmente com a miséria dos sportinguistas. Pelo contrário, defender o Sporting parece-me ter, hoje em dia, algo de quixotesco. A euforia e a confiança no futuro estão tão em vias de extinção por Alvalade que, qualquer dia, fará sentido o símbolo do clube deixar de ser o leão, e passar a ser o lince de Malcata. Não é por acaso que JEB, quando anunciou a demissão, fez questão de salientar que deixava um “grande clube” e uma “grande instituição”. Digamos que não é a primeira associação de palavras que os espectadores do Sporting-P. Ferreira se lembram de fazer.

É claro que esta minha bonomia para com o Sporting desvanece-se ligeiramente quando me lembro do propósito anunciado por JEB de copiar a gestão do FC Porto. Se, por um lado, até foi bem sucedido em alguns aspetos (JEB contratou em 2009/10 grande parte dos jogadores que o FC Porto contratou em 2003/04), por outro, não teve grande êxito, na medida em que JEB não conseguiu endrominar nenhum outro clube para antagonizar o Benfica, em troca do segundo lugar no campeonato. Fica para a próxima.

In Record

Época 2010/2011 SLBenfica _ Nacional


Benfica vence (4-2) Nacional e resiste à pressão

O Benfica venceu o Nacional por 4-2, na Luz, e alcançou a sétima vitória consecutiva para o campeonato. Gaitán, Sidnei, Cardozo e Jara marcaram para os encarnados, Luís Alberto e Mihelic para os madeirenses.

Foi um Benfica resistente à pressão de vencer para não deixar fugir o líder FC Porto, que esta noite venceu em casa o Beira-Mar por 1-0. Os encarnados mantêm-se assim a oito pontos de distância da liderança.

Foi também um Benfica resistente à pressão do Nacional, que esteve a perder por 0-3 e conseguiu reduzir para 2-3. Jara “matou” o jogo em cima do apito final.

Mas vamos por partes. Foi uma primeira parte de grande nível por parte do Benfica, com Salvio a protagonizar algumas das jogadas mais vistosas da equipa orientada por Jorge Jesus. O argentino fabricou o lance do primeiro golo após mais uma arrancada em direcção à baliza do Nacional, perdeu já no interior da área mas a bola sobrou para Saviola que rematou em jeito para defesa incompleta de Bracali. Gaitán apareceu a encostar para o 1-0.

Os encarnados continuaram a carregar mas foi de bola parada que chegaram ao 2-0. Canto de Aimar na direita e Sidnei, na antecipação, a cabecear forte a ver Bracali segurar já depois de a bola passar a linha de golo.

Saviola desperdiçou uma grande ocasião que podia ter lavado o Benfica para o intervalo com uma vantagem mais confortável. Pelo Nacional, à parte do remate de Diego Barcellos travado por Roberto, pouco incomodou o guardião espanhol do Benfica.

A segunda parte começou com o golo de Cardozo, que aproveitou um deslize de Bracali para dilatar a vantagem. A perder por 0-3, o Nacional começou a subir no terreno e chegou ao golo por intermédio de Luís Alberto, que cabeceou na sequência de um canto.

Pouco depois, Roberto negou o golo a Anselmo que apareceu em boa posição para marcar. Mihelic reduziu numa jogada de contra-ataque que envolveu Tomasevi e Anselmo, mas Jara, de cabeça após cruzamento de Saviola, acabou por selar o triunfo do Benfica.

In Abola

janeiro 21, 2011

Tempo Útil _ João Gobern


A morte de um César


Teria sido preciso um milagre para que, diante da “morte” de um César dos tempos modernos, se erguesse entre a multidão um qualquer Marco António que, através da linear e factual oratória, provasse à cidade em fúria que se perdia um grande homem e se cometia uma injustiça.

Três razões, à falta de mais: primeira, este César só tinha os cabelos brancos por ação prematura da Natureza, não porque eles se colorissem com a experiência e com o saber, e acumulara desencontros com a razão e com o povo – sempre que quis encostar-se aos populistas, errou, e, em quase todas as ocasiões em que acertou, foi perigosamente impopular.

Segunda, a que dá conta da certeza de que, por estes dias, é quase impossível ver despontar um Marco António que troque o pragmatismo pelos valores, que desvalorize a sua “poupança-reforma” em nome da verdade que não se apoia no uivo das massas, mais fugidias do que uma enguia, sempre incertas e dependentes da direção do vento…

Terceira, Shakespeare é, para muitos, um chato, como acontece com o Cinema representado por Mankiewicz, Brando, Louis Calhern, James Mason, John Gielgud ou Debrah Kerr. Ainda se a morte de Júlio César fosse um filme de ação… Mas nada – é uma fita palavrosa, longa de duas horas, a preto e branco... daquelas que não temos tempo para seguir, nos dias de hoje.

Mas devíamos: ajuda-nos a perceber como é possível alguém, dotado de energia e conhecimento, acolhido nos braços do poder (e o caso que nos interessa aponta para uma euforia de 90 por cento de apoios expressos), temporariamente abençoado pela ilusão de um renascimento, protegido à partida por aquilo a que já se chamou uma “linhagem de sucessão” e que ainda se traduz numa atitude de elite aparentemente empenhada na autopreservação, alguém (dizia-se) acabar a desperdiçar em 18 meses um capital que deveria governar a casa durante quatro anos.

Foi perentório quando devia ter sido discreto; foi brando quanto se impunha o corte radical; foi conciliatório com quem haveria de ajudar à traição; foi incapaz de analisar o sentido e a dimensão da maré das multidões; foi de bravata em tempos que recomendavam ao silêncio; foi cobarde no capítulo final, quando se lhe exigia outra coragem.

É uma “morte” inglória, de um César que o povo vai querer esquecer rapidamente. E não procurem a solução num qualquer remake de Um Crime No Expresso do Oriente, com alianças secretas até chegar ao assassínio. Sem sair do universo de Agatha Christie, este desfecho aproxima-se muito mais do modus operandi de O Assassinato de Roger Ackroyd – o protagonista é, afinal, o homicida e o suicida. Ora a matar alguma coisa, ajudou a matar o Sporting. Ou, ao menos, a deixá-lo nos cuidados intensivos.

In  Record

janeiro 20, 2011

FC Porto multado por apedrejamento


FC Porto multado por apedrejamento ao autocarro do Benfica

A Comissão Disciplinar da Liga, em reunião plenária, decidiu aplicar multa de 16.990 euros ao FC Porto, devido ao apedrejamento por parte dos seus adeptos ao autocarro do Benfica.

O incidente remonta à penúltima jornada do campeonato da época passada, quando o Benfica visitou o Estádio do Dragão, tendo sido derrotado por 1-3.

Antes do jogo, o autocarro foi atingido por pedras lançadas por adeptos alegadamente ligados ao FC Porto, tendo causado, segundo denunciou o clube da Luz, ferimentos em jogadores, além de danos no veículo.

In  Abola

Obs. O resto irá ser pago com FRUTA e CAFÉ, mas aos mesmos de sempre.

De Águia ao peito _ Luís Seara Cardoso



Benfica (con)vence

O Benfica continua no registo vitorioso. Melhor ainda, revela franca superioridade relativamente aos seus antagonistas. Embora o embate frente à Académica, devido às contingências do próprio jogo (sobretudo a justa expulsão de um adversário ainda no primeiro tempo), tenha dado para ver uma equipa demasiado relaxada, todos os indícios têm sido prometedores.

A inda no despique de Coimbra, não custa reconhecer que o golo foi irregular. Razão para questionar o triunfo encarnado? Nem pouco mais ou menos. Até ficaram duas grandes penalidades por assinalar com claro prejuízo para os comandados de Jorge Jesus. De resto, o Benfica entrou fulgurante no jogo e dispôs de várias ocasiões de golo.

O mês de janeiro, já se sabia, era de forte carga competitiva. Até agora, a trajetória do conjunto tem sido imaculada. Imaculada e, por via disso, promissora. São as vitórias que trazem outras vitórias. São os triunfos que trazem outros triunfos. O Benfica está melhor, muito melhor. Emocionalmente mais forte, pratica um futebol escorreito que, não poucas vezes, faz já recordar o que de melhor exibiu na temporada transata.

Desde a quarta jornada da Liga que a equipa não perde terreno em relação ao FC Porto. Até recuperou um ponto e já se deslocou ao Dragão. Ao invés da época passada, continua em prova na Taça de Portugal, também nas outras competições.

Que Benfica até ao termo do ano futebolístico? Seguramente, um Benfica cada vez mais empreendedor. Para ganhar títulos? Seguramente, um Benfica cada vez mais convincente.

In Record

janeiro 18, 2011

Bloco de notas _ Nuno Farinha


A equipa que não empata

O treinador do Benfica aproveitou o lançamento do jogo com a Académica para recordar aquilo que, na Luz, todos devem ter na ponta da língua: “Não temos margem mínima de erro”. A margem mínima, entenda-se, é um empate. A oito pontos do FC Porto no momento em que arranca a segunda volta do campeonato, é evidente que o campeão nacional não tem espaço para desperdiçar mais nada. Há 15 jogos para fazer e 45 pontos para conquistar. E mesmo assim, com um aproveitamento de 100%, será difícil chegar ao título.

Só que a tal “margem mínima de erro” devia ser já eliminada à partida, porque empatar, de facto, é coisa que não acontece a este Benfica 2010/11. Em 26 jogos (15 para o campeonato, 1 para a Supertaça, 6 para a Liga dos Campeões, 3 para a Taça de Portugal e 1 para a Taça da Liga), as águias seguem com 17 vitórias e 9 derrotas. Nem um único empate para amostra. Em Portugal é caso único, mesmo que decidamos incluir, para além da Liga principal, a Orangina e as três zonas da 2.ª Divisão. Ou seja, em 80 equipas, o Benfica é a única que nunca empatou. Uma verdadeira singularidade!

O“fenómeno” ganha ainda maior dimensão quando olhamos para os mais importantes campeonatos europeus: Espanha (20 equipas), Inglaterra (20), França (20), Itália (20) e Alemanha (18). Tudo somado, estamos a falar de outras 98 equipas (já vamos em 178) e apenas uma, o Mainz, está na situação do Benfica: sem empatar – e, curiosamente, também em 2.º lugar (derrota 0-1, ontem, no terreno do Estugarda).

Aúltima vez que os encarnados de JJ terminaram um jogo em situação de igualdade já foi há mais de 10 meses, a 11 de março – 1-1, na Luz, frente ao Marselha, para a Liga Europa. Olhando apenas para o campeonato, então aí aproxima-se o “1º aniversário sem empates”. Adversário: Vitória de Setúbal. Local: Bonfim. Resultado: 1-1. Data: 6 de fevereiro de 2010. Conclusão a tirar: Jesus é um treinador de risco, que prefere o estilo “tudo ou nada” e mostra pouca paciência para calculismos. Esta época, por exemplo, o Benfica perdeu dois jogos já muito perto do minuto 90 (Académica e Guimarães) porque a equipa estava desesperadamente no ataque à procura da vitória. Era naturalmente isso que lhe competia, o perigo era fazê-lo quando a equipa ainda apresentava deficitário equilíbrio em todo o seu processo defensivo.

Em Telaviv, para a Liga dos Campeões, os encarnados viveram outra noite de pesadelo, mas também aí estiveram sempre acampados na grande área dos israelitas. É verdade que só a vitória ainda permitia alimentar o sonho de continuar na Champions, mas não é menos verdade que um empate garantia de imediato a Liga Europa. Com essa derrota por números pesados (0-3), foi preciso sofrer até ao último minuto da última jornada. E, ainda assim, esperar pelo milagre que chegou de Lyon. Porque na Luz, uma vez mais, o Benfica foi guloso e teve pouca paciência numa noite em que, frente ao Schalke, lhe bastava… empatar.

De Coimbra (hoje) até ao final da época (maio) veremos como o campeão nacional suporta a pressão do “ganhar ou ganhar”. É que não há mesmo outra escolha.

In Record

O Voo da Águia_ Marta Rebelo


Glorioso futuro

O Benfica foi a Coimbra vencer por um, e manter-nos numa sequência de vitórias e boas exibições que fazem os benfiquistas sonhar outra vez. Embora o sonho seja curto, porque os 8 pontos de distância do FCP são o que são. A terminar a semana em que Fábio Coentrão foi disputado por meia Europa e gostou, e em pleno mercado de Inverno, cumpre refletir sobre o futuro das águias.

Quais são as posições que nos trarão problemas no curto prazo? Os jogadores crescem e o encaixe financeiro agradece-se. Mas se a primeira volta desta temporada nos ensinou alguma coisa, essa lição tem dois nomes: Di María e Ramires. Quando Coentrão sair e David Luiz deixar a Luz, como é que fica a nossa defesa? Gaitán e Salvio são mesmo a solução para os flancos? E quando Cardozo se lesionar ou inexistir, como sucedeu contra o Braga, quem é que joga lá à frente?

Para a defesa esquerda não há segundo-ótimo. Peixoto é o que é – ou o que não é –, Fábio Faria já foi emprestado e ainda bem, e a lista termina aqui. Precisamos tanto dele que, pela segunda vez num mês só, Coentrão teve de trabalhar também para tentar limpar os amarelos. Jardel surge à medida da saída de David Luiz, resta-nos esperar para ver. Dizem-se maravilhas do jovem Roderick, espero que venha a ser um central exemplar. Salvio parece ser uma aposta ganha por Jesus, mas está no Benfica emprestado. Gaitán ainda é uma incógnita para mim. Jara pode vir a ser alguém, mas ainda não é. E Kardec é um jovem com um passado promissor. Ainda temos o recém-contratado Fernández. Mas vamos ter de ter mais do que isto.

Em Coimbra vencemos com Saviola fora-de-jogo no golo e fora do jogo durante muito tempo, Airton sem amplitude posicional e na segunda metade muito jogo por mastigar. Cansados mas sem margem para erros. A gestão da época terá de se exemplar.

In Record

janeiro 17, 2011

Email Aberto _ Domingos Amaral


Ópera na Luz

From: Domingos Amaral
To: Oscar Cardozo

Caro Oscar Cardozo
É bom ver-te de regresso aos golos, especialmente quando são bonitos, como os que marcaste ao Olhanense. Era um dos meus desejos para 2011, e, a acreditar na amostra desta semana, teremos Cardozo para o que falta desta época. Cardozo e, ao que parece, muitos mais. Para além de tudo o que aconteceu de errado desde julho, uma coisa foi também evidente: na primeira metade da época, a maioria dos grandes jogadores que fizeram o excelente Benfica campeão andou apagadíssimo. Tu foste um deles, e até és dos poucos com desculpa, pois tiveste dura lesão. Mas por onde andaram Maxi Pereira, Luisão, David Luiz, Javi García, Aimar e Saviola? Que eu me lembre, apenas Carlos Martins e Fábio Coentrão arrancaram bem, embora ambos tenham quebrado um pouco antes do Natal. Agora estão todos de regresso, em subida nítida de rendimento, e o Benfica parece outro. Com Roberto mais bem treinado, e com Gaitán e Sálvio a mostrarem que afinal têm muito futebol nas botas, abre-se uma autoestrada de golos e de esperança na Luz. O Benfica já acelera, já massacra, já goleia, já empolga, e já mete de novo muito medo aos adversários. No momento em que Villas-Boas, magoado, se queixa dos assobios dos seus próprios adeptos, e à defesa diz que não pode golear sempre e lhes sugere a ópera, eu apanho a deixa e acrescento: se alguém quiser vir à ópera, que venha à Luz, onde Saviola é o barítono, tu és o tenor, há maestros para todos os gostos, solistas endiabrados e um coro afinadíssimo. Melhor que ir ao S. Carlos é de certeza.

P.S. De repente, sinto que há quem vá sofrer muito mais do que nós até ao final da época…


Por força da lei _ Ricardo Costa


Terra de ninguém

A) Vamos a factos.

1. A atual Comissão Disciplinar (CD) da LPFP tomou posse a 7 de junho de 2010.

2. Até ao dia 7 de janeiro de 2011, relativamente a processos instaurados depois de 7 de junho, a CD decidiu 2 processos – a revisão de um castigo aplicado na época passada a Peçanha, do Marítimo (indeferida a 31 de agosto), e um inquérito a Manuel Fernandes, treinador do V. Setúbal (arquivado a 23 de dezembro).

3. Passaram 7 meses.

4. Terminou a primeira metade da época.

5. A pretérita Comissão Disciplinar da Liga, durante as 4 épocas desportivas do seu mandato (2006-2010), decidiu 510 processos (disciplinares e outros).

6. Em 30 de julho de 2010, Fernando Gomes, o “presidente pago” da LPFP, disse publicamente que a justiça desportiva da Liga “deve ser célere, (…) equilibrada e recatada”.

Conclusões: a) os processos pendentes na atual CD não terão, na maior parte das hipóteses, decisões em tempo “útil”; b) falta saber se, para além dos procedimentos referentes a condutas registadas nos relatórios dos jogos (como o “megaprocesso” dos graves incidentes ocorridos após o “Trofense-Estoril” de novembro) e a queixas apresentadas na Liga, houve instauração de processos em face de outras situações indiciariamente violadoras dos regulamentos: se a resposta for negativa, estamos mal. Porém, aos olhos de alguns, teremos tido, com certeza, celeridade, equilíbrio e o tal recato.

B) Vamos a mais factos, noutro domínio.

1. Desde 12 de abril de 2010 que a FPF tem a utilidade pública desportiva suspensa, por efeito do Despacho n.º 7294/2010 do secretário de Estado do Desporto (SED).

2. Tal despacho teve como efeito central a suspensão imediata dos apoios financeiros resultantes de dois contratos-programa de 2009.

3. A suspensão da utilidade pública desportiva e os seus efeitos estão em vigor pelo prazo de um ano.

4. Nesse mesmo despacho foi prevista a sua revisão “sempre que as circunstâncias o justifiquem, podendo ser alteradas as medidas agora decididas ou aditadas outras”.

4. O regime jurídico das federações desportivas reza assim: “O prazo e o âmbito da suspensão são fixados pelo despacho (…) até ao limite de um ano, eventualmente renovável por idêntico período, podendo aquela ser levantada a requerimento da federação desportiva interessada com base no desaparecimento das circunstâncias que constituíram fundamento da suspensão” (Art. 21.º, 4, DL 248-B/2008). Isto é, parece que não se permite agravamento dos efeitos fixados no despacho durante o período da suspensão.

5. Em entrevista publicada no dia 2 de janeiro, o SED anunciou um novo despacho (em rigor, será o projeto de despacho), que já teria sido notificado à FPF para que esta se pronunciasse: “(…) um novo despacho que agrava o anterior. Foi decidido estender a suspensão a todos os contratos. Até agora havia dois contratos suspensos, passa à totalidade, ou seja, cinco”.

Conclusões: o SED solicita o cumprimento da lei à FPF; todavia, para isso, parece que o despacho “anunciado” passará por cima da lei. Será este o caminho para exigir a conformidade com a lei?

C) Como sempre cá na terra, está tudo bem!

In Record

Aqui á Gato _ Miguel Góis


O melhor

Foi com uma certa naturalidade que José Mourinho aceitou o prémio de melhor treinador do Mundo, visto que a FIFA não lhe estava propriamente a dar uma novidade. Até aqui se vê como o técnico português se destaca dos seus colegas de profissão – que se saiba, não houve mais nenhum treinador a teimar durante anos a fio que José Mourinho era o melhor treinador do Mundo. Só José Mourinho. Tem, portanto, não só olho para os melhores jogadores, como também para os melhores treinadores.

Pessoalmente, temo que as imagens que vimos a partir de Zurique não se repitam muitas vezes no futuro próximo. Por vezes, parece-me que José Mourinho fica refém do seu próprio pragmatismo e ambição. Há alturas até em que parece adotar tiques de treinador de clubes pequenos: quando, por exemplo, insiste em utilizar três trincos (no Inter, recorria a Thiago Motta, Zanetti e Cambiasso; este ano, no Real Madrid, já utilizou simultaneamente Alonso, Khedira e Diarra), enquanto equipas como Barcelona, Arsenal, Benfica e FC Porto utilizam apenas um médio defensivo; ou quando aplica um sistema de jogo demasiado em função do adversário, em vez de instituir um modelo original e de se manter fiel a ele, como faz Pep Guardiola ou Arsène Wenger; ou, por fim, no seguimento de um golo da sua equipa, quando ultrapassa Benzema em sprint para chamar um defesa que está a aquecer, de forma a que este entre o mais depressa possível para segurar o resultado. Parecendo que não, há uma tendência para admirar e premiar os técnicos com uma filosofia de jogo mais ofensiva. Não é por acaso que aquele que a FIFA considerou o melhor treinador do século 20 foi Rinus Michels, e não Helenio Herrera.

In Record

janeiro 16, 2011

Ricardo Araújo Pereira no Videos Record _ II








Sempre em grande o R.A.P

Época 2010/2011 SLBenfica _ Académica


Benfica vence em Coimbra e deixa Sporting a oito pontos

O Benfica venceu esta noite em Coimbra e manteve a distância de oito pontos para o FC Porto, líder do campeonato. A vitória permite também às águias deixar o Sporting, terceiro classificado, a oito pontos.

Num jogo em que marcou cedo (18 minutos) e em que passou 54 minutos com mais um elemento em campo, nem por isso as águias podem orgulhar-se de ter encontrado facilidades.

A vitória, aliás, teve um toque de polémica: aos 18 minutos, um livre marcado por Cardozo tabelou no braço de Saviola, jogador que estava em posição irregular, e acabou dentro da baliza da Académica. O lance foi rápido e o árbitro validou o golo, algo gerou protestos dos jogadores da Académica.

Aos 36 minutos, Pape Sow atingiu Cardozo no peito e viu o cartão vermelho, deixando o Benfica em superioridade numérica.

Num jogo disputado em ritmo intenso, a Académica, mesmo com 10 elementos deu tudo pelo empate, algo que cheirou várias vezes. Bischoff (68) rematou ao poste da baliza de Roberto. Minutos depois (73) Luisão cabeceou também ao poste da baliza de Peiser.

Antes do final, Fábio Coentrão viu o segundo cartão amarelo e mais uma vez garantiu que jogará frente ao Nacional, na próxima jornada, faltando, assim, a partida da Taça da Liga, com o Olhanense.

Nota também para a lesão de Rúben Amorim, que teve de ser substituído por Maxi Pereira. 

In Abola

janeiro 13, 2011

SLBenfica _Olhanense 8avos Taça Portugal 10/11



Benfica avança para os "quartos" com 5-0 ao Olhanense

O Benfica assegurou a passagem para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Goleada ao Olhanense confirma bom momento das águias, que na próxima ronda da prova têm agora encontro marcado com o Rio Ave, em Vila do Conde.

Saviola, aos 21 minutos, quebrou o nulo do marcador e o Benfica partiu então para exibição agradável, segura, se bem que o Olhanense mostrou-se sempre pouco afoito.

Salvio e Cardozo ampliaram o marcador até ao intervalo, descansando por completo a equipa para os segundos 45 minutos, nos quais a exibição caiu uns furos, mas ainda teve mais dois golos, apontados por Luisão e Cardozo, este a «bisar» na partida (dois tento, aliás, de belo efeito).

Depois de eliminar Arouca e SC Braga, os «encarnados» passam agora pelo Olhanense e têm já encontro marcado com o Rio Ave, em Vila do Conde, no próximo dia 26.



janeiro 12, 2011

Bloco de notas _ Nuno Farinha



O peso da herança

A saída de Di María continua a ser uma indisfarçável pedra no sapato dos responsáveis do Benfica. Seis meses depois da partida do argentino para Madrid, não é ainda possível perceber de que forma irá Jesus resolver os (des)equilíbrios – ofensivos e defensivos – a partir do lado esquerdo. Vamos por partes. Gaitán foi a primeira solução identificada para eliminar o problema que iria nascer com a venda do “abre-latas” ao Real de José Mourinho. Não houve qualquer dúvida em assumir que o esquerdino encontrado na Bombonera chegava para cumprir exatamente o mesmo papel que estava entregue a Di María. Mas também não foi preciso esperar muito tempo para se perceber que, afinal, se tratavam de jogadores com características muito distintas. Di María rompe por qualquer lado e desequilibra um jogo numa ação de 1x1, é velocíssimo, tem passada larga, chega à linha de fundo três, quatro, cinco, seis vezes durante os 90 minutos. Gaitán é feito de outra matéria. Menos explosivo, mais fino, prefere a bola no pé e tem tendência natural para pisar terreno interior. Não é preciso ser treinador de futebol ou agente FIFA para chegar à conclusão que Gaitán se sente mais confortável como falso avançado ou mesmo playmaker. Quem joga na esquerda, tem a esquerda. Quem joga no meio, tem o campo todo. Foi sempre assim. E há quem precise de liberdade e raio de ação largo para poder explodir. Está aqui um desses casos.

Houve outras soluções pensadas e testadas para o lugar. Fábio Coentrão, por exemplo. Ainda se estava no verão e já Jesus, antecipando um quadro de dúvidas, dava voltas à cabeça para conseguir clonar o Benfica da última época. Coentrão teria capacidade para assumir a substituição de Di María? Aparentemente, sim. Na prática, não. Está lá a velocidade, provavelmente até mais, mas falta o drible em espaço curto para ultrapassar blocos baixos e linhas demasiado juntas. Ainda fez a posição em meia dúzia de jogos, mas rapidamente voltou à defesa. Mais uma carta fora do baralho.

Acabou por ser Gaitán a assumir a responsabilidade de criação pelo lado esquerdo durante a maior parte do tempo. Melhorou, foi crescendo até dezembro e terminou o ano em plano muito razoável. Só que a decisão de procurar um ala puro já estava tomada desde que se percebeu o erro de casting em que Jesus caíra. Por isso a chegada esta semana a Lisboa de José Luis Fernández. Mais um argentino, mais um esquerdino, mais um candidato a herdeiro de Di María. Se os observadores do Benfica acertaram, desta vez, com o perfil, então, sim, a equipa terá outras condições para evoluir e aproximar-se do seu figurino anterior – ganhando imprevisibilidade e largura que não tinha naquele lado. Em teoria será isto e, visto assim, é tudo fácil. O difícil é Fernández suportar, também ele, o peso de quem sucede a um dos melhores jogadores da atualidade.

Di María demorou três anos a fazer esquecer Simão Sabrosa. Custou, mas foi. Passaram apenas seis meses e sucedem-se os candidatos a fazer esquecer… Di María. Já foi Coentrão, já foi Gaitán e agora é Fernández. Nolito vem já a seguir.

In Record

Email Aberto _ Domingos Amaral



10-1

From: Domingos Amaral
To: André Villas-Boas

Caro André Villas-Boas
És um pouco novo para viver dos rendimentos, mas contudo foi isso que fizeste ao lembrar que, nos últimos três confrontos com o Benfica, o FC Porto leva uma vantagem de 10-1. Ora, o passado em futebol não passa de uma estatística, e viver dos rendimentos é um expediente pouco fiável, como o Benfica bem sabe. Ter sido campeão o ano passado não nos evitou nada este ano.

Portanto, o passado serve para atirar à cara dos adversários, como um insulto, mas enquanto estratégia comporta um risco, pois ao falarmos nele subtilmente revelamos o quanto tememos o futuro. Só os gabarolas, na ânsia do seu próprio deslumbramento, acham que a História se repete, e a tua frase soou a isso: gabarolice.

A verdade é mais profunda, e mais perturbadora para o teu FC Porto. Há jogadores influentes lesionados, como Falcão ou Alvaro Pereira; outros fora de forma, como Varela e os Rodríguez; e Hulk e Moutinho acusam já desgaste. Desde a vitória contra o Benfica, como alguns notáveis portistas esta semana avisaram nos jornais, a tua equipa “perdeu gás”, e tem almas “deslumbradas” consigo mesmas. E Sporting ou Paços de Ferreira já mostraram como se pode baralhar este dragão.

Para mais, dos 10-1 que falas, 3-1 foram inúteis, e 2-0 foram a conquista da que é, sempre, a taça mais fácil do ano, pois decide-se só num jogo. Para as 16 finais que te faltam, tal passado não te serve rigorosamente de nada. Picar o Benfica, além de ser o teu entretenimento semanal favorito, revela o teu pavor profundo, a vertigem que te assalta a psique. Quem tem medo do amanhã, enche a boca com o que se passou ontem.

In Record

janeiro 11, 2011

Aqui á Gato _ Miguel Góis


Doutrina Rui Costa

Tive já ocasião de manifestar publicamente a minha profunda admiração por Rui Manuel César Costa. Admiro, entre outras proezas, a forma como conseguiu tornar-se um príncipe em Florença, a capital do Renascimento, sendo oriundo da Damaia, a capital do desbloqueamento de telemóveis roubados. Não é fácil. Infelizmente, não posso subscrever um aspeto da sua vigência como diretor-desportivo do Benfica, que está diretamente relacionado com o período da reabertura do mercado em que nos encontramos.

Aquando do falhanço na contratação de Falcão, Rui Costa declarou à imprensa: “O Benfica só vai contratar jogadores que tenham a mesma vontade que nós”. Mais recentemente, quando o mesmo sucedeu com Hleb, afirmou: “Só pode vestir a camisola do Benfica quem tem ambição de a vestir. Essa é a minha cultura e a do Benfica”. Resumindo, a doutrina Rui Costa para a contratação de jogadores é: o clube só está interessado em jogadores que queiram vir para o Benfica. E tudo correria às sete maravilhas, não fosse a política de contratações do FC Porto muito similar: o clube só está interessado em jogadores que queiram vir para o Benfica.

O que questiono é por que razão um colombiano ou um bielorrusso insistiriam em vir para o Benfica, em detrimento de um outro clube português – para efeitos puramente teóricos, chamemos-lhe momentaneamente, sei lá, “FC Porto”? Porque ama o Benfica e tomou a decisão de perder uma fortuna de forma a regressar ao seu clube do coração, assinando um contrato em branco (ou, como Vale e Azevedo lhe chamava, “um contrato”), Rui Costa não pode cometer o erro de pensar que há mais como ele. Não há.


In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa


SOS doping

Desde 2009 que o regime legal aplicável às condutas de dopagem (ou equiparadas) no desporto endureceu as medidas para travar o fenómeno. A Lei 27/2009, de 19 de Junho, veio perseguir a almejada uniformização global da prevenção e da repressão do “doping” previstas no Código Mundial Antidopagem e obrigar as federações desportivas a refazerem os seus regulamentos. As federações introduziram nas várias modalidades providências radicais e penas mais severas quanto ao tempo da suspensão dos atletas e do chamado “pessoal de apoio” ao atleta.

As recentes suspensões desportivas de ciclistas nacionais são apenas mais um espelho de uma realidade mais dura. Em especial, causou surpresa a suspensão por 15 anos de um deles, não estando em causa a administração de substâncias proibidas. O castigo foi por “não fornecer informação precisa sobre a localização” e “não ter sido possível fazer um controlo ao corredor, na residência deste, tudo num prazo de 18 meses”. A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) informou que o atleta cometeu a terceira falta prevista nos regulamentos antidopagem e foi considerado reincidente. Foi punido numa moldura que ia de 15 a 20 anos.

Pena é que a decisão jurisdicional não fosse publicada na íntegra. De todo o modo, depois de visto o comunicado da FPC e os esclarecimentos de Luís Horta, presidente da ADoP, compreende-se que a infração consistiu na violação, em 2 momentos, do dever de enviar em tempo à ADoP informação precisa e atualizada sobre a localização do atleta, para o efeito de ser submetido a controlos fora de competição (em particular, datas e locais dos treinos e provas fora das competições oficiais). E a subsequente impossibilidade de realização de um controlo num terceiro momento: estas 3 situações num período de 18 meses constituíram a infração. O que não se compreenderá bem é o recurso à reincidência em sentido jurídico, isto é, o ciclista ter sido castigado com decisão definitiva antes dos factos que levaram a esta última punição, quando esse outro castigo remonta a 2004. Como não encontrei norma expressa nos regulamentos do ciclismo, não deveria considerar-se um limite temporal para considerar a reincidência? Qual o critério do Conselho de Disciplina? Boa questão para recurso: a diferença é entre punir de 2 a 8 anos ou de 15 a 20 anos...

Épor estas e por outras que os acórdãos desta importância devem ser publicados e conhecidos na íntegra. Ainda mais se justificaria a publicação neste caso para conhecer a defesa do atleta. Na verdade, a bondade constitucional e legal daquele dever de informação – e subsequentes “controlos-surpresa” feitos aos atletas incluídos nos “grupos-alvo” fora de competição – tem sido criticada, nomeadamente em face da tutela da vida privada dos atletas. Matéria a ser resolvida pela razoabilidade e proporção da restrição desse direito em nome dos princípios fundamentais da ética e verdade desportivas – e que deveria, portanto, ter sido tratada no acórdão.

Só um juízo sobre a superioridade destes valores poderá dar uma decisão disciplinar “limpa”. Em nome da “limpeza” do desporto.


In Record

Crónica de João Malheiro


Mais simpatia e respeito

Quantos somos? Dez milhões. Dez milhões apenas. Em que área mais nos notabilizamos? No futebol. Alguém duvida? No jogo das multidões, na modalidade desportiva mais apreciada em todo o Planeta, mais mediática, mais sedutora.

No espaço de meio século, Portugal garantiu três dos melhores jogadores do Mundo, eleitos por especialistas. Foram Eusébio, Luís Figo e Cristiano Ronaldo. Já este século, consabidamente, o português José Mourinho é o melhor treinador da actualidade. Há dias, o também português Jorge Mendes foi considerado o melhor agente internacional de jogadores.

Ainda temos o mais jovem campeão europeu da história, António Simões, o genial antigo extremo do Benfica. Ainda temos o avançado com melhor média oficial de golos a nível mundial, o fenomenal Fernando Peyroteo do Sporting. Mais um Benfica campeão da Europa, mais um FC Porto campeão da Europa e da Taça Intercontinental, mais um Sporting vencedor da antiga Taça das Taças. Mais títulos mundiais e europeus no futebol juvenil.

Quantos somos? Dez milhões. Dez milhões apenas. E deu para tudo isto? E dá para tudo isto? Muitos continuam a apoucar o nosso futebol. Temos uma Selecção com presença quase cativa nas últimas fases finais dos maiores certames, até com alguns resultados de ponta. Quantos somos? Dez milhões. Dez milhões apenas. Os nossos clubes têm transferido jogadores por verbas alucinantes, têm sido viveiros de atletas que se incluem nos melhores executantes das mais valorizadas competições em diferentes paragens.

Quantos somos? Dez milhões. Dez milhões apenas. Talvez não haja milhões de razões, mas haverá seguramente muitas, mesmo muitas razões, para que se conceda ao futebol português um aceno de simpatia. De simpatia e de respeito.

janeiro 09, 2011

Época 2010/2011 SLBenfica _ Leiria

Benfica vence em Leiria (3-0)

Um golo de Saviola, outro de Gaitán, mais um de Cardozo e eis como os encarnados somaram mais um triunfo no campeonato, estando novamente a oito pontos do líder, FC Porto, e mantendo uma vantagem de cinco pontos para o 3.º classificado, Sporting.

Eram esperadas muitas dificuldades na deslocação do Benfica a Leiria, porém, os encarnados realizaram uma exibição segura, tranquila e, a espaços, dominadora, não permitindo ao adversário criar ocasiões de perigo.

A primeira parte foi toda da formação da Luz, conseguindo meia hora de grande nível, nos quais Saviola esteve inspiradíssimo, jogou e fez jogar a equipa e marcou um grande golo, com o qual as águias foram para o intervalo a vencer.

No segundo tempo, o UD Leiria foi mais interventivo, teve mais posse de bola, chegou mais vezes ao último terço do terreno, porém, nunca teve capacidade para importunar Roberto. Ao invés, o Benfica soube esperar pelo momento certo para matar o jogo, através de Gaitán que concluiu mais uma bela jogada ofensiva do actual campeão nacional.

Nos minutos finais, o conjunto orientado por Jorge Jesus circulou bem a bola e controlou a partida até final, aparecendo ainda Cardozo a concluir uma bela jogada individual de Jara.

No final da primeira volta, o UD Leiria mantém o quarto lugar, com 24 pontos, enquanto o Benfica ocupa a segunda posição com 30, menos oito que o líder, FC Porto.

In Abola









janeiro 08, 2011

Entrevista à Benfica TV_José Luis Fernández

José Luis Fernández: "É um passo muito importante na minha carreira"

O futebolista argentino José Luis Fernández, de 23 anos, revelou esta sexta-feira, em entrevista exclusiva à Benfica TV, que a chegada ao Clube da Luz é um dos melhores momentos da sua carreira.

Na entrevista, o ex-atleta do Racing Avellaneda recordou o período mais complicado da sua ainda curta carreira, onde foi operado a uma apendicite. “O momento mais difícil foi quando fui operado. Mais duas ou três horas e tinha morrido, mas sobrevivi e consegui voltar a jogar de novo”, revelou. 

O regresso aos relvados é algo que José Luis Fernández também não vai esquecer, tal como o facto de ter assinado contrato até 2015 com o Sport Lisboa e Benfica. “O melhor momento foi quando voltei a jogar após a operação e creio que este passo é muito importante na minha carreira”, salientou.

Questionado sobre as suas metas, José Luis Fernández afirmou:“Os objectivos pessoais são jogar, conquistar um lugar na equipa principal, ser campeão e ganhar todos os jogos.”

Relativamente às suas qualidades como atleta, o novo reforço preferiu não opinar sobre isso. “Não gosto de definir-me como jogador. Se tiver a oportunidade de jogar bastante tempo, vocês o dirão”, disse.

Neste novo passo na sua carreira, Fernández expressou novamente que conta com a ajuda do contingente argentino para conquistar o seu espaço na Luz. “Fui bem recebido. Há vários argentinos e penso que a adaptação vai ser mais fácil. Os outros jogadores também receberam-me muito bem”, garantiu.

No Benfica, o argentino revelou também que encontrou dois futebolistas que aprecia desde sempre. “O Saviola e o Aimar são jogadores que admiro desde pequeno e a impressão que tenho é aquela que tive sempre, são grandes jogadores e, por isso, estão cá”, destacou. 

O médio-esquerdo estabeleceu ainda as diferenças entre o futebol português e argentino. “Penso que o futebol português é mais rápido do que o da Argentina. O da Argentina não é muito lento, mas é mais do que o de Portugal. Aqui estão jogadores bem dotados tecnicamente”, elogiou.

O argentino reiterou que “o Benfica é o maior clube de Portugal e um clube muito grande na Europa”. “É muito conhecido na Argentina. Quando se vê o futebol português, vê-se o Benfica. Quando joga na Champions e em todas as competições, dá sempre o Benfica”, destacou. 

Fernández revelou também as suas primeiras impressões da formação de Jorge Jesus. “Pareceu-me bem, uma equipa que procura sempre a vitória. Pelo que vi uma vez ao vivo, pareceu-me uma equipa interessante, que quer sempre ganhar”, indicou.

Em virtude da grandeza do Benfica, o jogador referiu que espera voltar a representar a selecção da Argentina. “O Benfica é um clube grande e que todos conhecem. Espero fazer uma boa temporada para poder chegar à selecção”, expressou.

No final, José Luis Fernández deixou uma mensagem bem elucidativa aos adeptos sobre o que pretende nesta nova etapa na sua carreira: “Quero ser campeão!.”

Fotos: Gualter Fatia


janeiro 06, 2011

Tempo Útil _ João Gobern


E justiça para todos

Admito que fossem múltiplos os motivos de Manuel Machado para desvalorizar a Taça da Liga, atacando o favorecimento dos poderosos em que esta lhe parece estar assente. Por um lado, quis retirar pressão à equipa que orienta, definindo prioridades que, de forma antecipada, a ilibassem, qualquer que fosse o resultado do duelo regional disputado em casa do grande rival minhoto. Por outro, pôs o dedo na ferida, dizendo em voz alta o que muitos pensam: que a competição idealizada por Hermínio Loureiro para dar rodagem a jogadores, mais tempo e mais jogos às equipas, novas receitas aos clubes, enferma de um regulamento que estende a passadeira das meias-finais aos “grandes” e que empurra os “pequenos” para o papel de parentes pobres.

Basta notar a constituição dos grupos na segunda fase da prova, com Benfica, FC Porto e Sporting cada um em seu canto e cada um com direito a defrontar uma equipa de escalão inferior. Se dúvidas houvesse, o calendário encarrega-se do resto: os três “grandes” têm direito a dois jogos caseiros – só se deslocam na última jornada e aos campos dos adversários que militam no escalão secundário (Benfica a Vila das Aves, FC Porto a Barcelos, Sporting ao Estoril). Seria difícil falar mais claro por linhas tortas: neste modelo, esta fase corresponde a um desejo expresso de ver os abastados numa via rápida para as meias-finais da prova que, de resto, é (bem) promovida pela estação que comprou os direitos de transmissão televisiva como a Taça “dos grandes jogos”.
Se juntarmos a isto a circunstância de a Taça da Liga não garantir lugar europeu nem nenhuma recompensa desportiva especial (pode ser um prémio de consolação, como aconteceu com o Benfica de Quique Flores), percebe-se que o empenhamento na competição nunca irá além de uma participação resignada, mas nunca entusiasta, das diferentes equipas nela envolvidas. Razão mais do que suficiente para julgar pertinente uma revisão – com tempo suficiente para permitir desenvolver as boas ideias que apareçam – do respetivo regulamento, para que desapareça esta ideia de inclinação a favor de quem mais pode. A surpreendente derrota caseira do FC Porto – que fica diretamente dependente dos resultados do Nacional para saber se ainda terá uma palavra a dizer na competição – é, neste contexto, um milagre, que correu mal aos contabilistas.
Mas até aí os adeptos portistas alinharam pelo pragmatismo: antes perder na Taça da Liga do que no campeonato, apesar do considerável avanço. Ou seja, na escala atual dos valores, mais vale uma eliminação provável do que um percalço recuperável. Não abona a favor de uma prova em que gostaríamos de ver prolongado o título de um grande filme – “E Justiça para todos”.

In Record

janeiro 05, 2011

De Águia ao peito _ Luís Seara Cardoso


Mais Benfica

O Benfica ganhou, o FC Porto perdeu. Era para a Taça da Liga? E não conta? O Benfica ganhou bem frente ao Marítimo, o FC Porto perdeu bem frente ao Nacional. Acabou o mito da equipa invencível? Para mais no seu reduto? Que consequências?
Na primeira metade da competição, nem o FC Porto foi tão bom nem o Benfica foi tão fraco. Nas primeiras jornadas, sobretudo nessas, as decisões arbitrais lesaram o Benfica, as mesmas decisões arbitrais beneficiaram o FC Porto. Que dizer? Se houvesse equidade, se houvesse justiça, no mínimo, nesta altura, o Benfica estaria encostado ao FC Porto na pauta classificativa.

E a segunda metade da temporada? O FC Porto voltará, seguramente, a perder jogos. E o Benfica? Pode fazer uma campanha imaculada? Certamente que nem tudo serão rosas, mas é indubitável o crescendo de produção do conjunto. O Benfica terminou bem o ano ante o Rio Ave, o Benfica começou bem o novo ano ante o Marítimo.
Não há razões para que o universo benfiquista perca a confiança na equipa. Ao invés, há razões para acreditar que a época ainda pode traduzir-se em vários sucessos. Na Liga Europa? Por que não? Na Taça de Portugal, na Taça da Liga? Por que não. Mesmo no campeonato? Por que não? 

É manifesto que há mais e melhor Benfica. Os dados estão lançados. As vitórias trazem vitórias. O sucesso traz sucesso. A equipa exibe-se com mais consistência, com mais competência. Chega? Chega, no mínimo, para que os benfiquistas acreditem num primeiro semestre de 2011 com transporte ao êxito. Ao êxito rubro...

In Record
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